"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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"A CORTINA DOS DIAS"

Alfredo Cunha

A História das últimas quatro décadas pela objetiva de Alfredo Cunha

“Alfredo Cunha é um mestre e a câmara, manipulada por ele, imortaliza a passagem do tempo enquanto imprime dignidade e poder aos sujeitos que vivem nas suas imagens”. As palavras são de João Silva, fotojornalista do New York Times, podem ser lidas num dos dois prefácios que abrem A Cortina dos Dias / Obscured by Shadows (o outro é assinado pela jornalista e crítica de fotografia Maria do Carmo Serén) e dão o tom para conhecer um livro que nos conduz numa viagem pelas últimas quatro décadas de Portugal e do mundo.

Nas fotografias impressas nas 280 páginas A Cortina dos Dias / Obscured by Shadows, imortalizam-se acontecimentos que mudaram a face do mundo, como o 25 de Abril, a descolonização portuguesa, a guerra no Iraque. Nelas, contudo, capta-se também a singularidade de cada vida, a dureza dos quotidianos, o dramatismo das cerimónias, a esperança e as expectativas dos olhares.

Regressando a João Silva: “Alfredo Cunha tem sido uma testemunha do mundo à sua volta nas últimas quatro décadas e é por isso um cronista da nossa época – um historiador munido com uma câmara com que tem produzido imagens devastadoramente belas, que têm imortalizado a passagem do tempo e aqueles que o ocuparam. A fotografia do Alfredo celebra a resiliência do espírito humano contra a adversidade”.

“Nesta História regressiva que confirma o percurso fotográfico de Alfredo Cunha reconstitui-se, como momentos decisivos, aquele caminho internacional que também nos coube como mensagem e alerta e, mais focados e mais minuciosos, os sobressaltos que o nosso país foi vivendo, desatando a mudança do todo social”.

Maria do Carmo Serén
Jornalista e crítica de fotografia

  Alfredo Cunha começou a sua carreira profissional ligada à publicidade e fotografia comercial em 1970. Como repórter fotográfico começou no Notícias da Amadora, em 1971. Colaborou com O Século e O Século Ilustrado (1972), a Agência Noticiosa Portuguesa — ANOP (1977) e as agências Notícias de Portugal (1982) e Lusa (1987). Foi fotógrafo oficial do Presidente da República António Ramalho Eanes entre 1976 e 1978. Em 1985 foi designado fotógrafo oficial do Presidente da República Mário Soares, cargo que exerceu até 1996. Nesse ano recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Permaneceu no jornal Público como editor de fotografia entre 1989 e 1997, altura em que decidiu ingressar no Grupo Edipresse como editor fotográfico. Em 2000, tornou-se fotógrafo da revista Focus. Em 2002, colaborou com Ana Sousa Dias no programa Por Outro Lado, da RTP2. Foi, entre 2003 e 2012, editor fotográfico do Jornal de Notícias e diretor de fotografia da agência Global Imagens. Atualmente, trabalha como freelancer e desenvolve vários projetos editoriais.


Nassíria/Nassiriya, Iraque/Iraq, 2003

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