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Roteiros

Olhar sobre a Foz, em Nisa

Na região de Nisa, este percurso pedestre inicia-se na central hidroelétrica da Velada, onde pode observar atentamente a estrutura de canais que a alimentam.

PR 3 - Percurso Pedestre de Nisa

Acesso: NISA > EM 544 > CM 1159 > CM 1001 > CENTRAL ELÉTRICA DA VELADA

Grau de dificuldade: FÁCIL

Extensão: 5,75 KM

Os primeiros metros do trajeto são calcorreados ao longo do vale da ribeira de Nisa, até passarmos junto a uma azenha. Mais à frente, atravesse o pontão da represa e percorra o caminho em terra batida que acompanha a margem direita da ribeira até à foz, onde esta se cruza com o rio Tejo. Em redor, à medida que o trilho serpenteia o terreno onde abundam as estevas, podem observar-se ao longe os montes cobertos de oliveiras em socalco, outrora importante fonte de rendimento para as populações locais. Hoje, a agricultura, a olivicultura e a exploração de cortiça e dos eucaliptais, que por aqui também se destacam, são as principais atividades económicas.

Inicia-se então o ponto mais difícil do percurso. Com os eucaliptos a adensarem-se, suba até ao alto da colina, onde encontrará um miradouro privilegiado sobre os nós da ribeira de Nisa e sobre o Tejo. O vale deste rio estabelece a transição entre o sul do país, quente e seco, e o norte, temperado e húmido. No seu troço inicial em território português, são comuns as zonas de declive acentuado, ricas em xisto, granito e quartzo. Em frente, a linha da Beira Baixa demarca a paisagem, num ponto privilegiado de observação de aves, como a águia-pesqueira, a garça-real, a cegonha-negra, o milhafre-real, o abutre-negro, o bufo-real, o corvo-marinho ou o grifo. Este é também o território inato do javali, do veado, do coelho, da lebre, da raposa, do ginete, do saca-rabos e do gato-bravo. Nesta região, a paisagem natural é dominada por sobreiro, azinheira, oliveira, pinheiro-bravo, eucalipto, amieiro, choupos branco e negro, bem como pela esteva, a giesta, o rosmaninho, o zimbro, o medronheiro, a urze e o alecrim. Um pouco abaixo, nas margens do Tejo, abundam o junco, os salgueiros branco e comum, o choupo e o freixo.

  Ribeira de Nisa, Pescadores tradicionais

Depois de percorridos mais uns metros, surge uma descida por entre eucaliptais e estevais, que culmina no pontão que liga as duas margens da ribeira de Nisa, águas que convidam a uma pausa para pescar o barbo, a boga, a carpa, o achigã, a enguia, o bordalo ou a perca, ou apenas a merendar com a família. Termine o percurso junto à central hidroelétrica da Velada, saciando a sede numa fonte com ótima água fresca.

Aproveite ainda para visitar a igreja matriz de São Matias, edificada no monte de Cacheiro, que conserva uma imagem de pedra, do século XVI, representando S. Pedro. Nesta povoação, conheça ainda as fontes de mergulho e os fornos do povo. No final, não se esqueça de provar o queijo, as cavacas, as tigeladas, os enchidos e o ensopado de borrego, e de trazer consigo alguns bordados, artigos em madeira, barro e cortiça ou mesmo ferrarias.

  Ribeira de Nisa

Nasce na serra de S. Mamede, tendo como afluente a ribeira de S. Bento. Atravessa Souto Velho, Vale Grande, Tapada das Nogueiras, Cabeça Gorda, Sobreiras, Hortas, Monte Carvalho, Monte Paleiros, Laranjeiras, Quatro Azenhas, Paulo da Costa, Vargem, Carvalhal das Vinhas, Póvoa e Nisa. Na foz, é acompanhada por oliveiras em socalco, com miradouros naturais para a bacia do Tejo, onde desagua.


  Olivais

Desde a fundação de Nisa, no tempo de D. Dinis, que a enxertia dos zambujeiros permitiu produzir olivais de grande qualidade, hoje espalhados pelas encostas, chãos e vinhas de todo o concelho. Devido à pobreza dos solos e ao microclima da região, os olivais prosperaram, a par das árvores de fruto e de cereais como o trigo, produzindo uma azeitona que proporciona um azeite com um sabor frutado e suave.

  Central hidroeléctrica da Velada

A Central Elétrica da Velada entrou em funcionamento em 1935 e foi construída pela Hidroelétrica do Alto Alentejo, empresa responsável por outras seis unidades: Póvoa e Meadas, Bruceira e Foz (situadas na ribeira de Nisa), Cabeço do Monteiro (rio Ponsul), Pracana (rio Ocreza) e Belver (rio Tejo). Atualmente, a Central Elétrica da Velada está integrada na Hidrotejo – Hidroelétrica do Tejo, pertencente ao grupo EDP, e que comporta as unidades de Belver, Póvoa e Meadas, Bruceira e Caldeirão (rio Almonda).

  •  Aspetos de interesse

LINHO
Noutros tempos, o linho, hoje parte integrante do artesanato do concelho, era alagado e curtido na ribeira de Nisa, ao lado dos moinhos e dos campos semeados. Depois de cultivado, preparado e tecido naquela freguesia, o linho era transformado em panos finos e utilizado na produção de bordados e rendas, tradição que em Nisa remonta ao século XV. Os alinhavados deste concelho, únicos no país, são feitos de fi os contados, retirados da trama do pano, e de pontos ornamentais de crivo enrolado, deixando em aberto o fundo do desenho.

  •  Fauna e flora em destaque

BOGA: Espécie ibérica, de corpo alongado, focinho proeminente e barbatanas avermelhadas. Vive em locais de água corrente e albufeiras de águas limpas, alimentando-se de moluscos, larvas, vegetais e pequenas algas.

ZAMBUJEIRO: A variedade brava da oliveira encontra-se sobretudo em matagais e olivais abandonados, proporcionando alimento a tordos, raposas e coelhos.

A ter em conta: O ponto mais alto do percurso é um miradouro privilegiado sobre a ribeira de Nisa e o Tejo, com a linha da Beira Baixa a demarcar a paisagem. Observe a avifauna em silêncio e de preferência com binóculos.



Contactos úteis: 
Junta de Freguesia de São Matias | Tel: 245 469 226

 

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