A fadista, que lança hoje uma antologia de êxitos, reuniu "músicas obrigatórias" dos seus concertos e juntou ao alinhamento um tema inédito.

O 'Best of' de Mariza é lançado hoje em duas versões: um CD com 20 temas e um duplo CD que inclui mais um disco extra com 12 temas escolhidos pelo público, através da internet. A própria cantora afirmou, em declarações à Lusa, que do CD com os 20 temas "17 são aqueles que nos concertos não posso deixar de cantar, eles têm de lá estar senão as pessoas ficam tristes"". É o caso de Cavaleiro monge, Meu fado meu, Rosa branca, Ó gente da minha terra ou Chuva, que "são aqueles que já estão à espera que cante"".

Além destas músicas, o CD inclui ainda o inédito O tempo não pára e duas versões, uma de Alberto Janes, É ou não é, e de Charles Chaplin, Smile, do reportório de Nat King Cole.

Sobre o balanço de uma carreira com 13 anos, em que já foi distinguida com vários prémios internacionais, Mariza disse que "foi muito intensa e passou muito depressa"". Fazendo uma reflexão sobre o álbum Best of, disse que "ao longo destes 13 anos há músicas que as pessoas não querem deixar de ouvir"". E acrescenta: "Há músicas que fazem parte do meu percurso musical e faz sentido estarem todas juntas num disco só e não separadas, até porque, em cada um dos álbuns que fiz, as pessoas têm as suas favoritas."

Referindo-se ao tema inédito da coletânea, O tempo não pára, a fadista afirmou que "é um pouco reflexão de vida"". Sobre a opção de escolher os outros dois temas, É ou não é, do repertório de Amália Rodrigues, que é revisitado pela fadista desde o seu primeiro álbum, Mariza confessou que "habitualmente cantarolava"" o tema e então decidiu gravá-lo. Apesar de "não ser fácil de cantar"", aproveitou a música porque já era um desejo antigo gravar um tema criado por Alberto Janes. O CD inclui ainda Menino do bairro negro, de José Afonso, que Mariza gravou no seu CD de estreia.

Quanto aos 12 temas eleitos pelo público e que constituem um segundo CD da edição especial, Mariza foi surpreendida: "O público optou por temas mais melancólicos e fados tradicionais, como Quando me sinto só, O silêncio e a guitarra ou As meninas dos meus olhos. Para a fadista, o álbum veio "no tempo certo"", tanto mais que "muita gente pensava que tinha parado, que não cantava ou que só atuava no estrangeiro"", assegurou, à agência Lusa. Com uma agenda menos pesada, Mariza mantém uma presença regular em espetáculos, tendo atuações já marcadas.

por Lusa, in Diário de Notícias | 14 de abril de 2014

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