A Cinemateca e o Centro Português de Serigrafia acolhem, a partir de hoje, a exposição 'Cinecittà', do artista e poeta italiano.

Nos anos 50, o artista e poeta italiano Mimmo Rotella (1918-2006) percorria as ruas de Roma e recolhia os pedaços dos cartazes dos filmes colados nas paredes e nos muros, que levava para o seu atelier, para os transformar em obras de arte através da aplicação da técnica da décollage. Esta consiste em cortar, rasgar ou remover pedaços de uma imagem original, sobrepondo-lhe outras, transformando assim cartazes publicitários em obras de arte.

Ao fazê-lo, Rotella (que terá inventado esta técnica no início da década de 50, embora haja quem o conteste) "introduziu uma verdadeira inovação técnica e linguística no universo das formas artísticas", como disse João Prates, director do Centro Português de Serigrafia (CPS), na apresentação da exposição Cinecittà, de Mimmo Rotella, que abre hoje em Lisboa, na Cinemateca, onde fica até ao dia 31 de Dezembro, e em três espaços do CPS (Sede, CPS no CCB e CPS nas Twin Towers), até 30 de Novembro.

Na Cinemateca, a inauguração é complementada pela exibição do filme Quanto Mais Quente, Melhor, de Billy Wilder, às 21.30.

Na sede do CPS (Rua dos Industriais, 6) estará ainda exposta uma serigrafia de homenagem a Mimmo Rotella feita pelo artista português Carlos Barroco, bem como um vídeo de 1985 que estabelece um paralalelismo desta técnica da décollage num enquadramento português.

A exposição, centrada em figuras lendárias do cinema e em filmes clássicos que elas protagonizaram, é composta por 50 obras do artista (que o Festival de Veneza homenageou, bem como a sua ligação ao cinema, criando um prémio com o seu nome), 48 dedicadas à 7.ª Arte e as duas outras ao circo.

Na Cinemateca (Espaço 39 Degraus), encontra-se o núcleo "Décollages". Na sede do CPS pode ser visto o núcleo "Eternamente Marilyn", totalmente dedicado a Marilyn Monroe; no CCB, está patente "Paixão e ", enquanto que nas Twin Towers pode ser visitado o núcleo "Rebeldes & Glamour".

Texto: Eurico de Barros com Lusa
in Diário de Notícias | 29 de Outubro de 2010

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