Uma Peça | Um Museu
Estribos Namban
Os estribos constituem assim uma peça imprescindível a um cavaleiro, estatuto que pressupõe à partida uma posição elevada na rigorosa estratificação hierárquica da sociedade nipónica. Uma peça do Museu do Oriente.

Estribos namban (abumi)
Japão, período Momoyama/Edo (final do século XVI-início do século XVII)
Assinatura: Komura Saku
Ferro tauxiado, prata, latão, laca e madeira
26 × 13,5 × 30 cm
© Hugo Maertens/BNP Paribas
Museu do Oriente/FO/1081
Num país em que a atividade guerreira estava associada à feitura de armaduras, armas e acessórios de elevadíssima qualidade técnica e de não menor esmero visual, e num período de reviravolta política — o da unificação do território —, em que a aristocracia militar era a efetiva detentora do poder, não é surpreendente o surgimento de objetos como este.
Tecnicamente os estribos eram fabricados, na sua maioria, em ferro avermelhado bastante escuro, sendo a superfície exterior preenchida com ornamentação tauxiada de latão e prata (nunome zogan).
Porém, nem todos apresentam como um dos motivos iconográficos a representação de Namban-jin, ou bárbaros do sul, que neste exemplar surgem relegados para os frisos centrais. Trata-se muito provavelmente de mercadores, tendo em conta a indumentária que envergam: capa, calças em balão (bombachas) e chapéu de aba larga.