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"O Encanto na Hora da Descoberta. Azulejaria de Coimbra do século XVIII"
Exposição temporária composta por 64 peças, na sua maioria painéis de azulejo, mas também peças de cerâmica tridimensional.

7 Mai a 13 Ago 2017
Assinalando o Dia Nacional do Azulejo, que este ano se comemora pela primeira vez, a exposição O encanto na hora da descoberta. A azulejaria de Coimbra do século XVIII resulta de um trabalho, de cerca de seis anos, de inventariação de milhares de azulejos que se encontravam no fundo antigo do Museu Nacional do Azulejo, e pretende valorizar a produção setecentista das olarias de Coimbra.
A inventariação permitiu identificar mais de setenta painéis de azulejos, dos quais se apresentam quarenta, encontrando-se presentes obras de quase todos os artistas que trabalharam em Coimbra.
A ideia surgiu, pela primeira vez, quando, no final do século XIX, se começou a reunir um conjunto de painéis provenientes da demolição de edifícios. Parte destes azulejos integraram a coleção do Museu de Antiguidades do Instituto de Coimbra o qual, em 1911, viria a transformar-se no Museu Machado de Castro.
Hoje, mais de 100 anos depois, cumpre-se o projeto, tarefa só possível mercê de um complexo trabalho de inventariação e restauro, apoiado por um vasto grupo de estagiários e voluntários que potenciaram a equipa do Museu Nacional do Azulejo. Porque a manufatura de azulejos estava sempre associada à de outros objetos de cerâmica, surgem também expostas algumas peças das olarias.
As olarias concentravam-se em Coimbra no chamado Bairro das Olarias, na zona oeste da baixa citadina (conhecida como baixinha), exemplo importante de um arruamento espontâneo tendo como base um ofício.
A produção de azulejo em Coimbra começou a destacar-se com o conimbricense Agostinho de Paiva I (atv. 1695-†1734), que esteve em Lisboa trabalhando nas olarias e vindo a casar-se na capital. Regressando a Coimbra, seguiram-no outros artistas lisboetas, sendo através destes, e de outros que se lhes foram juntando, que nasceu esta original produção de azulejaria.
Subalternizada face às olarias lisboetas, que no século XVIII produziram muitos milhares de azulejos para todos os territórios portugueses, a produção de Coimbra, com os seus azulejos de menor dimensão que os de Lisboa, foi encarada como tendo menos qualidade, tanto do ponto de vista dos materiais empregues, como do traço ingénuo e das cores pouco luminosas.
No entanto, podemos hoje constatar que os pintores de azulejos em Coimbra definiram, progressivamente, uma estética original, diferenciada do que então se produzia em Lisboa, destacando-se os emolduramentos assimétricos das composições figurativas e a variação de soluções que se podem encontrar num mesmo espaço.
Horário: Terça a domingo, das 10h às 18h.