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Serralves tira do depósito coleção privada de Mário Teixeira da Silva

Na Ala Siza Vieira, até 1 de junho de 2025, são mostradas 210 peças da coleção do galerista Mário Teixeira da Silva, que morreu em 2023. O acervo é um dos mais recentes a integrar o depósito de Serralves.

“As Viviane Girls no fim do mundo” de Paula Rego Foto: Fernando Veludo/Lusa

Mário Teixeira da Silva foi um colecionador, mas também um galerista. Os seus dois “perfis interligavam-se muito bem”, diz Marta Moreira de Almeida, a curadora da exposição “Canção Contemporânea” que abre ao público, hoje, no Museu de Serralves, no Porto.

Ao todo, são mostradas 210 peças, algumas das quais de artistas de renome com quem Mário Teixeira da Silva trabalhou. “Se nos anos 1970 a Helena Almeida, o Julião Sarmento e o Alberto Carneiro foram pessoas que estiveram na programação da galeria Módulo”, houve depois outros nomes como Paula Rego que integram também a exposição.

Na nova Ala Siza Vieira, estão trabalhos de 116 artistas portugueses e estrangeiros desta Coleção de Mário Teixeira Silva. A última vez que este espólio foi mostrado foi em 2022, no Museu do Chiado em Lisboa, mas Marta Moreira de Almeida explica que esta exposição de Serralves é diferente, mais que não seja, porque foi organizada já sem a colaboração do colecionador.

Mário Teixeira da Silva era um promotor de várias exposições no espaço do Porto, da Módulo - Centro Difusor de Arte que inaugurou em 1975, e onde muitas vezes acabava por adquirir obras dos artistas que expunha.

Em Serralves, Marta Moreira de Almeida escolheu para abrir a exposição uma pintura de Paula Rego, com cerca de três metros de altura, da série "As Viviane Girls no fim do mundo" (1984), e a escultura "Chantier II" (“Estaleiro II”, 1992) , do artista belga Wim Delvoye.

Além destes nomes, a exposição, que vai buscar o título à obra “Contemporany Song" ("Canção Contemporânea", 1984), do artista alemão Franz Erhard Walther, apresenta ao público muitos trabalhos de fotografia.

Entre os artistas que trabalham a fotografia estão na exposição Jorge Molder, Paulo Nozolino, Nan Goldin, Larry Clark, Francesca Woodman, Wolgang Tilmans ou Brígida Mendes, entre outros.

Mário Teixeira da Silva, que construiu a sua coleção até aos finais da sua vida, foi também um nome ligado aos primórdios do Museu de Serralves, explica à Renascença, a curadora que recorda os momentos embrionários no Museu Nacional Soares dos Reis.

Daí talvez também o seu gosto pela arte oitocentista, já que entre os nomes colecionadores tinha por exemplo a artista portuense Aurélia de Souza, que agora é também mostrada na exposição de Serralves.


por Maria João Costa in Renascença | 27 de novembro de 2024
Notícia no âmbito da parceira Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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