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A poesia de Manuel Jorge Marmelo
Suporte Básico de Vida dá a conhecer outra faceta do trabalho literário do romancista vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes d’Escritas.
De todas as vezes que, ao longo dos anos, perguntaram a Manuel Jorge Marmelo se também escrevia poesia, o romancista teve sempre o hábito de desconversar e fingir — afinal como qualquer poeta. Suporte Básico de Vida, agora publicado em edição de autor com a chancela Piolho dos Livros, reúne uma parte substancial dos versos que o autor foi cometendo a par da prosa, permitindo finalmente conhecer o seu irregular labor poético.
Às vezes ternos, às vezes cruéis, os poemas de Suporte Básico de Vida dão corpo a um universo poético marcado pela ironia e pela melancolia, pela persistência da infância e também pelo amor, pela vida e pela morte.
Recordo ainda, tantas vezes, o sabor
de um punhado de terra na boca,
o frio da lâmina na garganta,
a mão rude posta no meu peito
e o hálito do rufião que me ensinou
de quanto medo se faz um homem.
Reunindo um conjunto de textos na sua esmagadora maioria inéditos, Suporte Básico de Vida inclui também poemas que já haviam sido revelados, de forma discreta e episódica, na plaquette Infância é a vida toda, da coleção Quase Dito, no fanzine das segundas-feiras de poesia do bar Pinguim, na revista das Correntes d’Escritas ou no blogue pessoal do autor.
O livro estará disponível na plataforma de print-on-demand da Amazon e também através do site.
“Nunca fui capaz de determinar se os poemas que escrevo possuem alguma qualidade que os favoreça ou se podem, sequer, ser considerados poesia. Deixo-o agora à consideração dos eventuais leitores da pequena insensatez que há na publicação deste livro”, diz o autor.
Manuel Jorge Marmelo, recorde-se, nasceu no Porto e venceu o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco da APE/Câmara Municipal de Famalicão e o Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes d’Escritas, estando traduzido em Alemão, Espanhol e Italiano.