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Cinanima comemora um século de animação portuguesa
Entre 13 e 19 de novembro, a 47.ª edição do Festival de Cinema de Animação de Espinho mostra 13 curtas portuguesas e dedica exposições históricas e debates ao que se faz cá no género.
Com quase cinco décadas de existência — metade da vida do cinema de animação português cujo centenário se comemora este ano —, o Cinanima inaugura esta segunda-feira a sua 47.ª edição.
O Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho prolongar-se-á até ao próximo domingo, nas salas do Centro Multimeios e do Casino de Espinho, com 90 curtas-metragens e cinco longas-metragens na competição internacional. Estende-se também à Piscina Solário Atlântico, onde estará patente, até 26 de novembro, uma exposição histórica dedicada precisamente a esta efeméride comemorando a estreia, em 1923, da curta O Pesadelo de António Maria, de Joaquim Guerreiro, para um sketch de uma revista teatral.
Neste ano de centenário, o estado da animação portuguesa aferido a partir dos 13 títulos que competem pelo Prémio António Gaio (1925-2015), assim chamado em homenagem à figura que liderou os destinos do Cinanima a partir de 1980: Algo Que Eu Disse, de Sara Barbas; Ana Morphose, de João Rodrigues; A Casa para Guardar o Tempo, de Joana Imaginário; De Imperio, de Alessandro Novelli; A Espuma e o Leão, de Cláudio Jordão; Foxtale, de Alexandra Allen; O Homem das Pernas Altas, de Vítor Hugo Rocha; Morning Shadow, de Rita Cruchinho Neves; Olha, de Nuno Amorim; Páscoa, de André Ruivo e Ana Ruivo; Quase Me Lembro, de Miguel Lima e Dimitri Mihajlovic; A Rapariga de Olhos Grandes e o Rapaz de Pernas Compridas, de Maria Hespanhol; e Sopa Fria, de Marta Monteiro.
O festival exibirá igualmente 19 outras curtas nacionais realizadas em meio escolar no âmbito da competição Jovem Cineasta.
Uma outra exposição, esta patente no Centro Multimeios durante os sete dias do festival, homenageia os 30 anos da estreia de Os Salteadores, a premiada curta de Abi Feijó, no Cinanima de 1993, e um simpósio com a presença dos realizadores Nuno Beato e José Miguel Ribeiro, entre outros, irá discutir a animação portuguesa contemporânea.
Na competição internacional de longas-metragens incluem-se A Greyhound of a Girl, do italiano Enzo d’Alò, baseado num conto do escritor irlandês Roddy Doyle e com a participação na equipa de Regina Pessoa; e Kensuke’s Kingdom, dos britânicos Neil Boyle e Kirk Hendry, que adapta um romance para jovens de Michael Morpurgo (Cavalo de Guerra). Os outros títulos são o húngaro Four Souls of Coyote, de Áron Gauder, os japoneses, Gonta: The Story of the Two-Named Dog in the Fukushima Disaster, de Akio Nishizawa; e ainda The Tunnel to Summer, the Exit of Goodbyes, de Tomohisa Taguchi.
Entre as múltiplas propostas de uma programação que nunca esquece a formação de públicos, quer através de sessões especialmente dedicadas aos mais novos, quer através de oficinas e outras atividades, haverá também olhares sobre a animação dos Balcãs e dos países nórdicos. O festival propõe igualmente uma série de masterclasses que decorrerão em várias instituições de ensino superior da região portuense, contando, entre outros, com o português João González, que este ano foi nomeado ao Óscar por Ice Merchants, e o académico e animador Craig Caldwell.
por Jorge Mourinha in Público | 13 de novembro de 2023
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público